terça-feira, 7 de julho de 2009

Um Superman Cearense

Um Superman Cearense


Divulgação: José Edilbenes - montagem sobre fotos (Drawlio Joca)

Em Limoeiro do Norte, no interior do Ceará, onde as carroças ainda disputam espaço com motos e bicicletas nas ruas, todos conhecem José Edilbenes Bezerra, de 36 anos, como "aquele que desenha". Desde os 18, quando deixou de fazer bicos em uma fábrica de filtros e de trabalhar como servente de pedreiro, ele passa até onze horas por dia, incluindo sábados e domingos, sentado numa escrivaninha com o lápis em punho. Mesmo sem entender inglês nem nunca ter saído do país, Edilbenes é contratado exclusivo da poderosa DC Comics, a segunda maior editora de quadrinhos dos Estados Unidos, detentora de títulos como Batman e Superman.


Os quadrinhos que desenha raramente chegam a uma das três bancas de Limoeiro, mas ele não se incomoda com isso. "Aqui todos sabem o que eu faço. Vira e mexe vem um garoto me mostrar uma ilustração e pedir dicas", diz Ed Benes, apelido pelo qual é conhecido no exterior. O cearense não é o único brasileiro do ramo a fazer sucesso nos Estados Unidos. O número de artistas nacionais que emprestam seus traços às editoras de quadrinhos americanas triplicou nos últimos quatro anos. Atualmente, outros 150 desenhistas e coloristas trabalham nesse mercado. A maioria faz 22 páginas por mês, o equivalente ao tamanho de uma edição. Como recebem de 50 a 500 dólares por página desenhada, sua renda mensal varia de 1 100 a 11 000 dólares.




[caption id="attachment_3061" align="aligncenter" width="221" caption="Goldman mora há mais de 15 anos em Fortaleza"]Allan C Goldman (hoje ilustra para o gibi Teen Titans)[/caption]


Além de Ed Benes, o Ceará conta também com um outro desenhista de destaque internacional. Trata-se do carioca Alan Goldman (foto) que mora há mais de 17 anos em Fortaleza. A revista Action Comics, um de seus mais tradicionais gibis, contaria com o traço do brasileiro Allan Goldman desenhando para a editora norte-americana Detective Comics (DC).



Os desenhistas brasileiros são parte de uma indústria que movimenta anualmente, só com a venda de publicações, 330 milhões de dólares nos Estados Unidos. Neste ano, dos dez quadrinhos mais vendidos por mês, dois foram desenhados por artistas nacionais. O traço brasileiro não agrada só ao público: faz sucesso também entre os críticos. Em 2008, o gaúcho Rafael Grampá e os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, de São Paulo, venceram o Eisner Awards, premiação americana que é considerada "o Oscar dos quadrinhos". A equipe, que inclui dois outros desenhistas estrangeiros, ganhou com uma série de histórias sem balões em que os personagens são os próprios desenhistas. "Depois do prêmio, ficou muito mais fácil discutir novos projetos com as editoras", conta Moon. Hoje, ele e o irmão trabalham juntos em projetos para duas editoras internacionais.



postado por Fagner C Vasconcelos
Fontes:(Revista Veja Online via Blog Casa dos Quadrinhos)
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