quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Raul Seixas: Duas Décadas Sem a Metamorfose Ambulante

Raul Seixas: Duas Décadas Sem a Metamorfose Ambulante


raulzito


Completados 20 anos da morte de Raul Seixas, instaurou-se uma verdadeira “corrida do ouro”: programas de televisão, revistas de circulação nacional e sites, entre outros meios de comunicação – sem esquecer a equipe do aguardado documentário dirigido por Walter de Carvalho – todos partiram em busca de um indício inédito – uma música, uma declaração, uma foto.



Todos conhecem suas múltiplas facetas: o gênio, o louco, o roqueiro, o astro, o vanguardista, o místico. Um diamante esculpido com múltiplas faces. Mas e o menino antes da fama, quem era esse Raulzito? “Crescemos juntos em Mont Serrat (Cidade Baixa). Fomos colegas de escola primária e depois no Colégio Ypiranga. Lá estudamos, eu, Raul e Mariano (d‘Os Pateras)“, conta Hélio Meirelles, que também integrou Os Panteras por algum tempo, fazendo o chamado violão de centro, naqueles tempos pré-guitarra base.




Galeria







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"Não é por que era meu amigo e morreu não, mas (Raul) era uma figura maravilhosa. Nunca vi fazer mal ou brigar com ninguém. E fora do palco ele era completamente diferente, muito tímido", recorda.


Na mesma época em que Hélio tocou nos Panteras, quem fazia a guitarra-solo era Thildo Gama, autor de dois livros sobre Raul. "Conheci Raul na estação de trem de Dias D‘Ávila, onde nossas famílias passavam o veraneio", conta. "Nessa época, com apenas 14 anos, ele já bebia escondido. A gente pegava uma garrafa de Jacaré (antiga marca de aguardente), derramava a metade e enchia o resto com Coca-Cola. Bebíamos escondidos e só aí íamos para o ‘escondido‘ daquela noite, que é como chamávamos as festinhas, reuniões de jovens na época", rememora.


"Desde menino, Raul era magérrimo. Cabelo preto com um pimpão tipo Elvis, a gola da camisa levantada, mangas arregaçadas, mascando chiclete. Éramos a própria juventude transviada. Aí, quando chegávamos em casa, tínhamos de botar tudo no lugar de novo, né?", ri. Outra coisa que Thildo lembra bem é que mesmo de atividades triviais que até que seus colegas roqueiros gostavam, como jogar bola, Raul corria léguas. "Nunca o vi de sunga. Ele nunca jogou bola, basquete, ping pong. Ele não era nem um pouco esportivo. Era tímido, mas brincalhão. E era extremamente educado. Todos os nossos pais adoravam ele. Mas bastava sair da vista dos mais velhos, que se tornava o carismático líder da juventude rebelde", garante Thildo.


Já Enelmar Chagas, que tocou com Raulzito e Thildo na banda Relâmpagos do Rock (pré-Panteras), lembra que “o Raul que estourou era bem diferente do que eu conheci. Nunca imaginei que o carinha que eu conheci ia se tornar ‘a metamorfose ambulante‘, admira-se. “Mas Raul foi o primeiro roqueiro da bahia. Às vezes ele ficava meio distante,  assim, viajando mesmo. Naquela época ele não era nem um pouco místico. Para mim, isso foi resultado da convivência com Paulo Coelho. Claro que ele já tinha aquela ebulição constante em relação à vida, mas não pendia para esse lado místico“, acredita Enelmar.



Místico, brincalhão, viajandão, gênio, revolucionário, delirante. Há Raulzitos para todos os gostos. Ninguém se torna “o cara“ por acaso.

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Frases de Raul Seixas



postado por FAGNER C VASCONCELOS


FONTE: Chico Castro Jr, do A Tarde



http://cantinadorock.blogspot.com/2008/08/homenagem-raul-seixas-discografia-21-de.html



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