terça-feira, 1 de junho de 2010

Projeto Livra Carnaúbas de Espécies Nocivas

Projeto Livra Carnaúbas de Espécies Nocivas


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Professores e estudantes da rede de Ensino Fundamental deste município pretendem salvar pelo menos cinco mil carnaúbas. Eles estão preocupados com a preservação da árvore símbolo do Ceará. Além dos desmatamentos e queimadas, a espécie está sendo ameaçada por plantas invasoras. Com o auxílio de técnicos agrícolas, iniciaram o mapeamento ambiental para identificar as áreas mais afetadas. Em seguida realizam a limpeza dos troncos, eliminando a predadora natural, conhecida popularmente como trepadeira.

De acordo com o coordenador do projeto, o técnico agrícola José Carlos da Silva, o objetivo deverá ser alcançado até dezembro de 2012. Até lá, um exército de 15 mil jovens, armados com lápis, cadernos e facões, terá expulsado as matas nocivas. O processo será manual. Os cipós entrelaçados nos troncos das carnaubeiras serão cortados. No fim da batalha todos poderão contemplar um dos mais exóticos exemplares da mata branca, a palmeira nordestina, na Caatinga, único bioma tipicamente brasileiro.

Silva acredita no sucesso da proposta desenvolvida pela Secretaria Municipal de Educação, idealizada em parceria com o produtor rural e atual vice-prefeito de Quixadá, Airton Buriti. Todos os 14 distritos educacionais de Quixadá estão empenhados no projeto de preservação. Os voluntários estão sendo sensibilizados, dentro e fora da sala de aula. "Salve uma carnaúba, esse é o código da operação especial", disse o técnico.

Os alunos da Escola de Ensino Fundamental Maria Maia de Freitas foram alguns dos primeiros a entrarem na luta em prol da carnaúba. Conheceram de perto os efeitos causados pela espécie predadora. Rapidamente a folhagem invasora encobre toda a árvore. Sem o contato com o sol, a palmeira nativa é literalmente asfixiada. "Não foi preciso nossos alunos andarem muito para constarem essa realidade", explicou o diretor do Distrito Educacional de Várzea da Onça, Bezaliel Moura de Lima.

O coordenador executivo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma) deste município, Ítalo Beethoven, enfatiza ser fundamental o envolvimento da comunidade e dos movimentos organizados nessa campanha.

As comunidades rurais também aprenderão a se beneficiar com a planta nativa. Poderão extrair a cera e produzir chapéus e bolsas. A ideia é agregar a carnaubeira à agricultura familiar, incrementar a economia do pequeno produtor e, além disso, sensibiliza-lo quanto a sua importância da sua preservação para o meio ambiente. Conforme a bióloga Flávia Prado, técnica da Semace, a Cryptostegia grandiflora, cuja denominação popular é unha-do-diabo ou boca-de-leão é a planta invasora responsável pelo ataque às carnaubeiras. "Trata-se de uma espécie exótica, de origem africana. Seu uso econômico é apenas ornamental. No entanto, é uma trepadeira prejudicial. Impede o desenvolvimento da carnaúba pelo sombreamento excessivo, além de possíveis anelamentos", afirma ela.


postado por FAGNER CRUZ

FONTE: DN (Alex Pimentel)

Um comentário:

  1. "Cryptostégia Grandiflora", é natural da ilha de Madagascar e é mais conhecida como: trepadeira, moita de leite, unha-do-diabo, entre outros. Foi trazida como planta ornamental e hoje inunda grande parte das matas ciliares, competindo por nutrientes e depois sufocando as plantas nativas. Qualquer um que andar pelos leitos dos rios e riachos da nossa região vai encontrar matas e mais matas dessa praga, acredito que não somente as carnaúbas são prejudicadas mas todo o bioma da caatinga, e por isso deveriam ser aberta uma especie de "caça e aniquilação" desse exemplar, que por ser exótico só traz prejuízos.
    Queria lembrar que esse é apenas um exemplo de uma lista de vários espécimes que são alvo de estudos, um outro deles é a "leucena" que é uma planta forrageira que foi utilizada como alimento pros animais e hoje está se difundindo pelos sertões.

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