quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mulher que chora "pedra" inicia novo tratamento em SP

Há 19 anos, mulher sofre com doença rara

Nesta semana, a educadora Laura Ponci, que sofre de uma doença que a faz expelir uma espécie de membrana dos olhos, começou em Bauru (SP) um novo tratamento, que está sendo feito paralelamente ao primeiro. O colírio que reduziu a formação de placas passou a ter uma nova função, o medicamento está sendo aplicado nos dois olhos. Após 19 anos soltando as placas brancas apenas do olho direito, agora a moradora de Lins (SP) também passou a apresentar o problema no olho esquerdo.


“Fiquei desesperada. Acordei com os dois olhos estavam grudados e quando abri eu vi a membrana. Liguei para o médico e corri para Bauru. O doutor me tranquilizou e vi que isso é até bom para a pesquisa que estão fazendo sobre o meu caso já que isso também vai ajudar a curar outras pessoas no futuro”, diz Laura.
tipo de membrana expelida pelos olhos
Se para Laura foi um choque, para o médico que está investigando a doença, essa novidade pode ajudar a descobrir uma solução. “Depois de 19 anos, a Laura me ligou e disse ‘doutor, tenho uma novidade. Começou no outro olho’. Apesar de ser algo inusitado, para nós que estamos realizando a pesquisa, é interessante porque existiam várias perguntas que a gente não conseguia responder em relação à hipótese de infecção pela bactéria ser apenas em um olho. Com a novidade, fica mais fácil de buscar a explicação do lado químico”, explica o oftalmologista do Hospital de Olhos de Bauru, Raul Gonçalves Paula.

Descobertas médica
De acordo com o médico responsável pelo tratamento de Laura, também foram realizadas algumas experiências com o material recolhido dos olhos da educadora depois de submetido a químicas diferentes. A descoberta é de uma grande resistência e de elasticidade. “Nós fizemos uma análise de força física do material que, fixado em um álcool, pode transformar em um campo de pesquisa. Pelo o que constatamos até o momento, o material que a Laura é expele é uma cartilagem como a da orelha”, diz Raul.

Ainda segundo o médico, a característica do material solto de forma espontânea por Laura pode acarretar a novas descobertas na medicina. “Esse é um material que deve ser colocado à parte para fazer uma pesquisa porque pode transformar a experiência campo de pesquisa amplo para a medicina. Muitas vezes, a cartilagem da orelha é retirada para fazer enxertos e reconstruir pálpebras ou locais que precisam de materiais que tenham uma certa movimentação e elasticidade”, ressalta o médico.

A doença
Depois de ser consultada por mais de trinta médicos, a maioria com o mesmo diagnóstico de conjuntivite lenhosa, uma doença rara e sem tratamento comprovado no país, Laura, pela primeira vez, vai saber quais as causas que formam as membranas e também como será o tratamento.

A professora tem um tipo de doença ainda não diagnosticada, ela expele uma espécie de membrana branca e firme e o olho direito, e agora também o esquerdo, fica vermelho e dolorido. A frequência do problema foi aumentando com o passar dos anos.

“O que nós precisamos é chegar a um consenso assim que a Laura for curada da parte infeciosa e saber por que a lágrima dela se cristaliza juntamente quando ela tem uma conjuntivite. Nós temos uma proteína na lágrima que, no caso dela, quando entra em contato, a toxina da bactéria cristaliza e por isso as placas são criadas”, afirma Raul.

via G1
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