sábado, 24 de agosto de 2013

Tatajuba: um vilarejo que nasceu entre dunas



São muitas as opções de passeios no entorno de Jericoacoara, sempre feitos em bugues ou em carros com tração 4X4. O melhor mesmo são os bugues, com a paisagem aberta à sua frente e o vento batendo no rosto. Os guias e os motoristas sempre perguntam: “O passeio será com ou sem emoção?”. E vão todos por entre as dunas se surpreendendo em um frenético sobe e desce. É de impressionar as belezas que se escondem entre elas, tudo em sequência cinematográfica.

O primeiro passeio é para Tatajuba (em Camocim), uma antiga vila de pescadores soterrada pelas dunas e que renasceu alguns metros mais à frente. Para chegar até lá, tem que saber da evolução das marés, pois um dos acessos é pela praia. Antes de chegar a Tatajuba, pode-se apreciar cavalos-marinhos no caminho, com o compromisso de que, se não vê-los, será devolvido o valor (R$ 10) investido no transporte de canoa por um braço de mar. Mais à frente, o bugue entra em uma pequena balsa para seguir viagem por entre mangues até alcançar novamente a areia.

A região tem muitas lagoas e pequenos braços de mar. No meio do caminho, tomado por areia e água, vê-se alguns meninos mostrando a estrada para os bugues, como se fossem os meninos da porteira da antiga canção sertaneja. Ao fim da travessia pelas águas, os turistas jogam moedas para a felicidade dos meninos das dunas. E vão os bugues dunas adentro, como se passeassem por dentro de verdadeiros quadros ensolarados, com a imensidão abrindo e enfeitando o caminho.

Dona Delmira
Ao chegar à entrada da antiga vila de Tatajuba, encontra-se, em uma pequena vendinha, a sempre falante e folclórica ex-moradora dona Delmira, figura mundialmente conhecida e devidamente maquiada (com batom indefectível), que fica na janela com seu periquito no ombro, contando histórias da vila que não existe mais. Ao seu lado, uma foto da soterrada igrejinha em que foi batizada.

Dona Delmira já virou uma atração turística do lugar e sua vendinha, parada obrigatória dos passeios. Assim, enquanto tomam uma gelada água de coco, os turistas ficam ouvindo as suas histórias.

Depois de deixar as sombras da vendinha, enfrenta-se, até a hora do almoço, mais algumas subidas e descidas entre lagoas e dunas, como a do Funil – com sua bela lagoa ao fundo –, por onde se desce de esquibunda por, aproximadamente, 100 m sobre a areia. De lá, se preferir, o turista pode voltar de triciclo.

Poucos quilômetros depois, está a bela lagoa Torta com seus vários restaurantes, onde se pode passar a tarde tomando aperitivos deitado em rede estendida dentro da lagoa de água doce. Para quem estiver animado, tem ainda caiaque, pedalinho e stand up.

Menu à vista
Quando pedi o cardápio para o almoço, demorou para o garçom trazê-lo, até que retornou com uma bandeja repleta de peixes de várias espécies e tamanhos, além de lagostas e camarão. Perguntei se não havia cardápio escrito e ele me respondeu que tinha apenas peixe. Ao que fiz o pedido de um almoço delicioso (preço médio de R$ 30), defronte de um cenário magnífico. É de encher os olhos, o estômago e o coração.

por Petrônio Souza Gonçalves
 via Pampulha Turismo
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